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quarta-feira, 4 de agosto de 2010

O que mais nos estressa?

Nada mais natural ao se falar de um tema que interessa aos trabalhadores, empresários e governantes, do que tratar de custos. E afirmo com muita convicção: o estresse no trabalho aumenta os custos das empresas. Ao se reduzir ou manter o estresse em nível razoável se reduz os custos das empresas pelo aumento da produtividade.
Mas o desafio é falar sobre de que modo os legisladores, governantes, trabalhadores e empresários poderiam reduzir o estresse no trabalho sem aumentar as despesas das empresas, dos governos e dos trabalhadores. O objetivo principal é provocar o reinício da discussão de um tema que se encontra na gaveta dos legisladores e governantes há algum tempo.
Sem a menor dúvida, as vítimas do estresse no trabalho são os trabalhadores, sejam eles operários, supervisores, gerentes ou empresários. Ninguém está livre dos fatores estressores direta ou indiretamente ligados ao trabalho. Veja no Quadro 1, Fatores de risco estressores, Objetivos (visíveis).

A unanimidade nos diagnósticos sobre causas de estresse é o excesso de trabalho e de responsabilidade. A imprensa tem noticiado sistematicamente o que acontece com os cortadores de cana: uma peregrinação com mais de 300 mil bóias-frias percorre os caminhos da cana-de-açúcar à espera de emprego, submetida a uma carga de trabalho desumana, pois as jornadas impostas são demasiadamente longas e duras.

A fim de suportar tal situação, muitos trabalhadores recorrem às bebidas alcoólicas e às drogas assim como executivos, gerentes e demais trabalhadores urbanos. Optam por caminhos, muitas vezes, sem volta que levam à degradação e até à morte. Muitos chegam a utilizar crack para conseguir cortar, no facão, de 12 a 20 toneladas diárias de cana exigidas pelas usinas ou pelos “gatos”.

Os especialistas têm demonstrado que os bóias-frias não sobrevivem com saúde há sete safras. A morte por sobrecarga de trabalho tem até nome: birola. Também existem os óbitos decorrentes de acidentes de trabalho. Há relatos na imprensa de trabalhadores que cortavam cerca de 30 toneladas de cana num dia, por 12 a 15 horas, às vezes, sete dias por semana.

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